Chamados à Comunhão e Enviados à Transfiguração do Mundo (Vale a pena ser padre, Hoje!)

Chamados à Comunhão e Enviados à Transfiguração do Mundo (Vale a pena ser padre, Hoje!)

 

“Portanto, já não sois estrangeiros e adventícios, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus. Estais edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, do qual o próprio Cristo Jesus é a pedra angular. Nele bem articulados, todo o edifício se ergue como santuário santo, no Senhor, e vós, também, nele sois co-edificados para serdes habitação de Deus, no Espírito. (Ef 2, 19-20).

Descubro que, ninguém se atribui a si mesmo a escolha do sacerdócio, mas apenas “o que foi chamado por Deus, como Aarão” (Hb 5,4). O Chamado é como uma semente que vem das mãos de Deus. Mas sabemos, pela parábola do semeador, como a fecundidade da semente depende dos condicionamentos do chão e das circunstâncias favoráveis ou desfavoráveis para seu crescimento. Parece-me que uma das primeiras condições humanas para que a semente da vocação sacerdotal possa brotar é a generosidade humana, o idealismo tão natural nos jovens, ainda não envenenados por ambientes negativos.

Vale a pena ser padre, hoje! Jesus Cristo é sempre o mesmo, hoje, ontem e amanhã. De geração em geração, chamando aqueles que Ele quer e chama-os para ficar com Ele, em sua intimidade e na cooperação pelo Reino de Deus. “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”. Podemos ver que se aplica bem a nós (futuros padres?) esta palavra de Fernando Pessoa. Vale a pena ser padre com o coração magnânimo. Mas não vale, se o coração está trancado em egoísmo medíocre.

Neste ano de 2010, abre-se uma nova e valiosa possibilidade de alargar os horizontes da experiência humana na formação sacerdotal dos os seminaristas da Prelazia de Cametá e da Diocese de Conceição do Araguaia, pois se reúnem no Seminário Bom Pastor para uma etapa de convivência, formação e crescimento humano-afetivo, intelectual, pastoral e espiritual, a qual terá a duração de três anos. Será o momento de encontro, contínuo e constante, com as nossas igualdades e nossas diferenças. Porém, com a certeza de buscar sempre sermos dom, acolhimento, partilha e comunhão, para que reanimados e reunificados num único ideal (ser padre santos na Igreja de Jesus Cristo), possamos viver bem, com intensidade essa nova etapa da caminhada vocacional.

Todo o sentido da vida humana aí se resume: romper o isolamento individual pela incorporação em Cristo e progressiva identificação com ele, para vermos um dia saciado, para sempre, o desejo de vida plena, de amor e união, quando, por Cristo e em Cristo, formos conduzidos na vida trinitária, naquela união inefável que Nosso Senhor expressa nesta palavra: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10,30).

Portanto, podemos dizer que ninguém pode ser padre por auto-delegação. Ele, o jovem, será sempre chamado para o sacerdócio, investido de um poder e comissionado para uma missão. A missão não é ele que a inventa, sendo ela parte constitutiva dos desígnios de salvação de Deus, e ele, o padre, instrumento operativo deste grande plano divino global. O padre é, assim, convidado para dela participar e consagrar sua vida a serviço do Reino e a bem dos irmãos.

Um agradecimento todo especial ao Dom Jesus Maria (bispo prelado de Cametá), pelo acolhimento e confiança; a Dom Dominique (bispo diocesano de Conceição do Araguaia), pelo incentivo, acompanhamento e confiança, e ao Padre José Maria (Reitor do Seminário Bom Pastor), pela disponibilidade e solicitude no acolhimento. Que Jesus Bom Pastor os abençoe e nos abençoe, nos conduzindo nos caminhos da paz.

No amor de Jesus e Maria!

Teogenes Brito