Uma fisionomia Vocacional

Uma fisionomia Vocacional

 

            O seminarista Joelson do Seminário Maior Bom Pastor, me pediu um texto expressando nele o que espero da Pastoral vocacional da Prelazia de Cametá. Antes de mais nada, desejo manifestar a minha certeza de que Deus continua chamando muitos jovens para o seu serviço nesta Prelazia. Disso não tenho dúvida. Mas a vocação, entretanto, não é só chamada, é também resposta do jovem ao apelo de Deus, é opção de vida para servir ao povo de Deus dentro de uma igreja local concreta ou dentro de uma congregação religiosa. Neste sentido, a vocação, chamado de Deus e resposta do jovem, é um processo que parte da conversão pessoal a Cristo Jesus e leva a entregar a própria vida por Ele no serviço do povo.

                                                              

A respeito das vocações para o sacerdócio na Prelazia, chamo a atenção o fato da sua diminuição: nos últimos anos vem se reduzindo o número de jovens candidatos ao sacerdócio em nosso seminário menor. São cada vez menos os jovens que ingressam nele para fazer o ano de preparação antes de passar ao seminário maior. Para ilustrar isso, coloco o exemplo dos três últimos anos. No ano de 2010 moraram no seminário menor oito jovens; em 2010 tivemos seis candidatos e neste ano, somente quatro jovens. E nos perguntamos por que está diminuindo o número de vocações?  O que é que está faltando em nossa pastoral vocacional?

O que espero da pastoral vocacional?

             Para sermos sinceros é preciso responder que falta muita coisa. Até agora, não temos tido uma pastoral vocacional planejada, executada e avaliada por todos aqueles que estão no trabalho vocacional. Podemos dizer que por iniciativa do promotor, dos seminários e até das paróquias tivemos alguns eventos, até desconexos, de pastoral vocacional. Estes poucos eventos não tiveram uma continuidade, ao ponto que fica difícil de falar de uma pastoral vocacional organizada. Por sorte nossa, uma boa parte dos jovens vocacionados que até nós chegam, procedem de comunidades cristãs, onde tiveram oportunidade de aprofundar na vivência da fé e trazem consigo uma espiritualidade marcada pelos valores comunitários.

 

            Por outro lado, a maior parte das paróquias, algumas são exceções, não tem equipe de pastoral vocacional com a finalidade de despertar e acompanhar os jovens até o ingresso no seminário. Quando aparece um jovem querendo ir para o seminário, imediatamente se avisa ao promotor e parece que aí acaba a responsabilidade da comunidade paroquial ou da equipe. O promotor vocacional, entretanto, a maior parte das vezes se encontra sozinho, sem equipe e até sem tempo para visitar, pois além de formador tem também outras responsabilidades pastorais.

 

            Portando, se quisermos ser fiéis aos apelos do Espírito, é preciso e urgente organizar uma pastoral vocacional na Prelazia. Uma Pastoral que seja planejada, executada e avaliada por uma equipe prelatícia articulada com as equipes vocacionais das paróquias, das congregações religiosas e das comunidades cristãs e, que ao mesmo tempo, contemple todos os diversos tipos de vocações eclesiais: para o sacerdócio, para a vida consagrada e para os ministérios leigos.

 

            Precisamos, ainda, envolver todos os fieis católicos no tema vocacional fazendo que participem ativamente na Campanha em favor dos seminários, que anualmente se realiza em cada paróquia e motivando-os para perseverar nas orações ao Senhor da Messe a fim de que envie operários à sua Prelazia.

 

            Assim, toda a Igreja da Prelazia de Cametá e cada um dos seus membros, devem sentir-se responsável e envolvida pelo trabalho vocacional.  Seguindo a maneira direta como Jesus convidava as pessoas para serem seus discípulos, todos somos chamados a ajudar no despertar da vocação nos jovens. Porém, se esquecer que o canteiro excelente onde nascem e se cultivam as vocações é uma comunidade cristã que vive a sua fé e dá testemunho de vida cristã, no amor e na fraternidade, na partilha e na solidariedade com os pobres.

 

            Resumindo, podemos dizer que o desafio de uma pastoral vocacional organizada supõe ter equipes de promoção vocacional paroquiais articuladas com a equipe prelatícia e, ao mesmo tempo, um compromisso, por parte de todos, que se expressa na oração contínua ao Senhor da messe e no testemunho de vida, segundo o Evangelho de Cristo Jesus.

 

            Que o Senhor Jesus continue a nos abençoar com muitas e santas vocações sacerdotais, religiosas e leigas.

 

Dom Jesus

           

O Rosto Vocacional

O serviço de animação vocacional (SAV) da Prelazia de Cametá tem um ponto de partida: Um convite que é feito por alguém que está fascinado por sua própria forma de viver. Os discípulos de Jesus jamais teriam perguntado: Onde moras? Se antes não conhecessem mais de perto, se não tivessem entrado em contato com Ele. Ninguém busca a amizade e a confiança de outra pessoa, se antes não tivesse visto algo que o cativasse, que o convencesse, que o atraísse, que desse sentido às aspirações mais profundas do coração.

Depois da fascinação, vem o segundo passo: o convite. Ao que busca algo mais que o normal, ao que aspira a uma intimidade mais profunda e pessoal e não só se interessa, mas que pede um maior relacionamento interpessoal, a esse o mestre: sacerdote, homem ou mulher consagrado (a), cristão leigo, luz do mundo e sal da terra lhe responde dizendo: “Venha olha onde e como vivo. Não quero enganar. Comprova tu mesmo se o que esperas de mim, vais encontrar em minha forma de viver. Vem conhecer-me de perto, para que não tenhas ilusões e logo te decepciones.”

Esse primeiro encontro, a sós, na intimidade, cara a cara ou em pequeno grupo, é decisivo. É um ponto de partida indispensável do SAV e de todo processo de acompanhamento e discernimento vocacional.

E ficaram com Ele

Um convite respeitando a liberdade pessoal não busca só conquistar alguém, por muitas qualidades que tenha ou porque seja idôneo para o sacerdócio ou para a vida consagrada.
Um seguimento de Cristo forçado por técnica de sugestão psicológica, mesmo com forte simpatia e admiração do candidato é muito perigoso. Pode ser o começo de um seguimento despersonalizado, não livre e nem maduro. Algum dia pode  surpreender-nos com decisões que não compreendemos. No acompanhamento, o mais importante e ao mesmo tempo mais difícil é ajudar a chegar num processo de liberdade a uma decisão pessoal que leve a optar pelo seguimento de Jesus.

Ninguém seguirá Jesus, se antes não tiver uma experiência pessoal ou comunitária de encontro. E esse encontro, em primeiro lugar não é com o Cristo, mas com alguém: eu, você, a comunidade.

Muitos são os jovens que alguma vez em suas vidas sentiram o desejo de entregar-se a Jesus e a sua Igreja, porém, são poucos os que foram verdadeiramente chamados. E são menos ainda os que aceitam o convite, foram e ficaram.

Porque, só o testemunho de um amor sem limites, são dignos de ser escutados e de ser seguidos. E esses testemunhos faltam na Igreja de hoje. Vocações não faltam. Deus chama todo ser humano a viver um projeto de vida segundo sua eterna vontade. Porém os homens ignoram o plano de Deus. Falta tomar consciência de quem é Deus e qual sua vontade concreta para cada pessoa em particular. Por isso o SAV precisa estar em toda pastoral da Igreja.
Para que não faltem vocações na Igreja ao sacerdócio e à vida religiosa é preciso que tenhamos muitos cristãos vivos, imagens vivas de Jesus de Nazaré, como Francisco de Assis e tantos outros modelos de seguimento e imitação de Cristo.

O SAV do convite e do acompanhamento exige que sejamos santos, que irradiemos um enamoramento por Cristo, que estando ao nosso lado os jovens sintam que Jesus é a única razão de nossa vida. Uma pessoa verdadeiramente feliz, atrai, cativa, contagia. A Igreja precisa de pessoas como Paulo que digam: “Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim”. “Desde que o conheci, tudo me parece lixo em comparação com Ele”.

CHAMADOS À VIDA PLENA EM CRISTO

 “Antes mesmo de ti modelar no ventre materno, eu ti conheci!

Antes que saísse do seio, eu te consagrei” (Jr 1,5).

 

A Igreja nos ensina que toda pessoa é escolhida e chamada por Deus para realização plena de sua vida. Na verdade, trata-se aqui da vocação sublime para a qual Deus nos criou: a divinização do homem. Diante desse grande mistério somos como que criaturas encantadas pelo criador. Entende-se, em vista disso, que o chamado que Deus faz aos homens e mulheres é um dom seu, e este Deus é capaz de tudo para realizar em nós aquilo que ele designou antes mesmo de sermos concebidos.

Neste mesmo desígnio que concebemos esta graça como divina, a nossa vida, deve ser fecunda, ou seja, deve ser também um dom a serviço do outro. Assim toda pessoa que é convocada, chamada, vocacionada por Ele deve ir além de si mesma, ou melhor, viver plenamente o amor, pois “todo aquele que ama nasce de Deus” (1Jo 4,7).

Este chamado de amor foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos concede dons e carismas conforme o seu próprio querer. Por conseguinte, somos de fato chamados a viver, a conviver, a servir, e a crescer no Espírito para atingirmos nossa perfeição de criatura amada de Deus, a santidade.

Desse modo, a passagem do livro do profeta Jeremias, que destacamos no início dessa exposição, nos apresenta uma bela história de vocação, uma singular e fascinante aventura de um Deus-amor com o seu povo. Um Deus que se dá totalmente a ponto de vir ao encontro da criatura amada feita à sua imagem e semelhança para dignifica-la pela vocação sublime que fora destinada, a divinização. Portanto, somos de fato, vocacionados para santidade.  

Este desígnio no Pai é plenamente revelado na entrega obediente do Filho, Jesus Cristo. Por conseguinte, é na graça do Filho, pela força do Espírito Santo que Ele nos santifica e nos capacita, de acordo com a sua vontade, para testemunhar o seu amor. Neste propósito somos convidados a nos revestirmos a cada dia de Cristo, – uma vida “cristiforme” – caminhar também nós ao seu encontro para alcançarmos esta graça, pois assim está escrito: “vos despojastes do homem velho e da sua maneira de agir e vos revestistes do homem novo, o qual vai sendo sempre renovado à imagem do criador, a fim de alcançar um conhecimento cada vez mais perfeito” (Cl 3,9-10).

Olhando para a grandiosidade da proposta lançada por Deus, chamado a santidade no serviço ministerial, me vejo pequeno e limitado diante deste dom tão belo e misterioso, todavia totalmente encantado e por isso sigo em frente. É verdade que enumeras dificuldades aparecem. Uma verdadeira batalha é travada todos os dias: entre o homem encantado, seduzido por Deus e o homem atormentado pelos espinhos das tentações. Um combate ferrenho, porque o filho das trevas – pecados e fraquezas – não quer que sejamos de Deus.

É diante desses problemas que muitas vezes nos desviamos do amor de Deus. Contudo, temos a certeza, somos mais do que vencedores, pois somos filhos do Amor, chamados a santidade, marcados indelevelmente pelo batismo. Com esta força sacramental que vem do alto, somos capacitados a responder com liberdade aquilo que é da vontade de Deus: sermos homens santos para santificar pelo serviço no sacramento da ordem o seu povo.

Que Maria Santíssima, Mãe das vocações, interceda a seu Filho Jesus Cristo, e alcance para nós seus filhos, as graças necessárias para sermos obedientes a vontade do Pai.

Jovem! Venha viver essa experiência do chamado. Tornando-se membro do coração da Prelazia de Cametá, discernindo o convite que Deus te fez: no ministério Sacerdotal, na vida religiosa, ou missionária, na vida matrimonial. “Vem e segue-me”!!! Eu te chamo para juntos fazermos o Reino de Deus acontecer.

Seminarista Joelson Gomes

Estudante de Teologia

Vocação

Querido povo de Deus, é fundamental compreender que o chamado de Deus é a essência da vocação, um chamamento contínuo e definitivo do Criador para seus filhos e filhas. Não apenas uma missão, mas um dom gratuito, uma realização prazerosa e necessidade vital para os homens e mulheres. Aqueles que a descobrem, exprimem estes sentimentos e dão testemunho em suas caminhadas de missionários da boa notícia, revelando-a das diversas maneiras que a vocação permite. É nesta alegria que estou agradecendo a Deus por Ele confirmar a cada dia em mim a graça do seu chamado.

 Derivada da palavra de origem latina, Vocare, que significa "chamado", vocação é a aptidão natural e a expressão concreta, revelada nos trabalhos, no modo de vida e ações, que está contida em toda pessoa. A Igreja tem uma atenção especial com as vocações, reconhecendo seu valor na vida das pessoas e atuando em prol do crescimento dos “trabalhadores da messe”.

É preciso estar atento ao chamado. hoje são muitas as vozes que confundem e abafam o verdadeiro sentido do chamado de Deus. é preciso saber o momento certo em que Ele chama, e, acima de tudo, aderir a este chamado.

A messe é grande e os trabalhadores são poucos (Cf. Mt 22,14). A citação bíblica corresponde à realidade da Igreja, que necessita cada dia mais da disposição dos cristãos para o desenvolvimento dos trabalhos que a “missão”, citada por Jesus, exige. A exigência é grande, a disponibilidade também, porque o chamado exige um compromisso, radicalidade evangélica, regra de vida, uma vida despojada para o Senhor, inteiramente disponível para Ele. É viver feliz sempre, inteiramente disponível para o serviço à Igreja, aos marginalizados, aos pobres. Responder a isso requer um discernimento maduro, sincero, coerente e responsável. E isso é para toda vida. O chamado é para todos, inclusive para você jovem! Venha fazer parte, mais de perto, da família bom Pastor, e futuramente ser padre na Prelazia de Cametá.  Que o Senhor nossa Deus nos abençoe... Amém.

André Baia

Estudante de Filosofia

Tema: “O Senhor continua a nos chamar”!

Lema: “Um novo despertar é necessário”!

Caros irmãos, a voz de Deus continua a atravessar as nossas vidas deixando sua marca seu sinal, que é a vocação. Uma voz suave, amorosa, clara, direta, mas causa em nós uma grande inquietação, pois exige de nós uma resposta livre e incondicional.

Vocação é isso, Deus lança a proposta e quer um retorno de nossa parte. Não existe vocação sem realização na nossa vida, realizada a cada dia tendo como referência o próprio Senhor.

Na minha experiência vocacional tive que enfrentar diversas dificuldades para chegar aonde cheguei, dificuldades estas que eram desde a familiar até a espiritual. Caminhei um longo período para poder dar uma resposta clara, convicta, responsável e permanente, sabendo das consequências presentes e futuras, mas como diz a Sagrada Escritura: “Lança-te aos cuidados do Senhor”, e foi o que eu procurei fazer.

As motivações para continuar caminhando estão todas centralizadas nas pessoas que necessitam de nós, jovens que estão dispostos a serem guias espirituais do povo, pois ser padre não é para si próprio, mas para os outros. A vocação se realiza em função dos irmãos.

Hoje vivendo e realizando a vocação na Prelazia de Cametá, recém chegado da Arquidiocese de Belém, filho de cametaenses, posso dizer claramente que o meu despertar do início da minha caminhada está sendo revivido, e digo é necessário voltar ao primeiro Amor, aquele que nos mantém de “pé” no sentido de “eis-me aqui”.

O que eu espero da Prelazia? Ou melhor, o que a Prelazia espera de mim? Ela espera de minha parte que eu a ame. A nossa vocação requer amor, porque nós vivemos para o amor. A Prelazia fez algo que nenhum lugar fez, ela renovou o meu coração, fazendo isso, a minha vontade de servir a Igreja de Cristo é muito maior.

Precisamos de jovens que estejam dispostos a servir o Senhor, que estejam com o coração livre para abraçar a vida sacerdotal e ao povo de Deus. Sabemos que as dificuldades são inúmeras e são sedutoras, doces, fáceis, mas o Senhor vem em socorro do nosso coração para que não se prenda a estas seduções.

Um padre, meu amigo, disse-me uma vez: “que você tenha um coração livre”, e digo aos jovens da nossa Prelazia que vocês tenham um coração livre e amoroso. Como disse o Senhor: “Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração”, é Deus que cuida para que a sua Igreja não fique sem ministros para mostrar o caminho de Deus.

Sejamos todos bem atentos para escutar a voz do Senhor que nos chama pelo nome.

Pedro Henrique de Barros

Estudante de Teologia

 

Chamados para discernir, amar e servir

O novo despertar vocacional é necessário na Prelazia de Cametá

         “Conhecer Jesus Cristo pela fé é nossa alegria; segui-lo é uma graça e transmitir este tesouro aos outros é uma tarefa que o Senhor nos confiou ao nos chamar e nos escolher”(DAp 18).    

           O Senhor nos chama à vida, a sermos filhos e filhas de Deus, a vivermos plenamente o amor com o qual Deus nos amou e ama. Recebemos o convite de amar como Jesus nos ensinou, a doarmos nossa vida em favor de nossos irmãos e irmãs e do Reino de Deus. Acolhendo e vivendo esse convite desenvolvemos plenamente nossas potencialidades e carismas. Podemos dar uma resposta vivendo uma vocação específica, como leigos e leigas, religiosos e religiosas ou sacerdotes.

             Deus chama aqueles que Ele quer, das mais diversas formas, e nós, com nossa capacidade de amar e de fazer cumprir a sua vontade em nossa vida, de alguma forma somos convidados a dizer sim ao Senhor e fazermos com Ele uma experiência de vida marcada pelo amor e pela entrega de si. Pois, todo convite espera por uma resposta. E a resposta que o Senhor espera de nós é que nos comprometamos com a construção do seu Reino sendo sal da terra e luz do mundo (Mt 5,13-14), sendo defensores da vida, promotores da paz e da justiça, portadores da esperança e  missionários da alegria, pois, se não formos missionários da alegria podemos fazer tudo, menos atrair pessoas. Também, se faz necessário de nossa parte uma vivência coerente que transmita a presença de Deus para que através do nosso testemunho levemos outros a viverem a experiência de Deus sem medo de lançar-se sem reservas nessa aventura radical, árdua, mas, muito produtiva.

               Hoje, o Senhor continua a passar pelas cidades, vilas, ilhas de nossa Prelazia de Cametá e nos convida a um desafio, ao despojamento radical de nossos bens para servi-lo, a sermos continuadores de sua missão, a vivermos a experiência da entrega através da oração, a fazermos comunhão por meio da vivência comunitária,  imitá-lo em tudo o que somos e fazemos  no discernimento de uma vocação especifica, nesse caso, o sacerdócio.

                  Em meio aos sinais dos tempos temos que ser capazes fazer surgir um novo rosto de Deus. Não um Deus que nos proíbe e nos tira tudo, mais um Deus que apresente propostas alternativas de vida, sobretudo, aos jovens. Temos que suscitar vozes que anunciem o novo, mas, devemos tomar consciência de que o novo é sempre um desafio e uma ameaça, por isso a vocação para qual o Senhor nos chama inicia a partir da não liberdade de Deus, da necessidade em que se encontra o povo e da nossa disposição de  nos desprover de nosso bens para servir os pobres. Seria quase impossível sermos seguidores de Jesus sem ouvir o seu chamado e sentir tantos apelos e anseios do povo.

                  O seminário, especificamente o seminário menor é um lugar de convivência, estudos, trabalho, oração e discernimento vocacional ao ministério sacerdotal. E posso dizer que a minha vocação de seminarista é fruto de uma longa caminhada na comunidade cristã. É quase impossível conseguirmos alcançar nosso objetivo no seminário sem antes passarmos por essa experiência.

                  O meu ingresso no seminário a partir desse despertar vocacional é proveniente das experiências realizadas, valores cultivados, trabalhos pastorais e serviços eclesiais que a graça de Deus me permitiu realizar na comunidade como lugar privilegiado do despertar vocacional. E uma das coisas que caracteriza a minha caminhada vocacional é a conformidade com a vontade do Bom Pastor. Ele se manifesta ao jovem na hora certa e das mais diversas, no barulho, no silêncio... porém, chama a todos pelo nome.

                  Portanto, não tenhamos medo de tornar-nos instrumento nas mãos de Deus, que o despertar vocacional que se faz necessário em nossa Prelazia possa através da voz do Bom Pastor sussurrar no ouvido de tantos jovens para que correspondamas o chamado do Mestre e façam a experiência do discernimento vocacional. Porque quando Deus chama, nem laços de sangue consegue impedir.             

João Paulo Pantoja Viana

propedêutico-Cametá