Um Novo Rosto Vocacional na Prelazia

PASTORAL VOCACIONAL – FORMAÇÃO DOS SEMINARISTAS – SEGUNDO CONCLUSÕES DE MEDELIM

 

A igreja latino-americana deve exprimir seu testemunho e seu serviço neste continente, tendo em vista os problemas angustiosos que tende enfrentar; diante dos múltiplos problemas de tipo estritamente religioso, com um numero cada vez mais escasso de sacerdotes, com estruturas ministeriais insuficientes e às vezes inadequadas para um real trabalho apostólico. Neste contexto, entra a formação do clero, com algumas orientações pastorais. A saber, a formação espiritual; a formação intelectual; a formação pastoral; e a pastoral vocacional, lembrando que toda a comunidade cristã, unificada e guiada pelo bispo é responsável solidamente pelo desenvolvimento vocacional, além do mais, toda essa formação deve ser instrumento fundamental de renovação de nossa igreja e resposta as exigências religiosas e humanas de nosso continente. 

 

Pressuposto teológico

Como centro de formação sacerdotal deverá partir o seminário, da visão bíblica, para lograr aquela maturidade humana nos candidatos que os capacite a tornarem guias de homens. Mais ainda, aos seminaristas, pede-se aquela maturidade cristã indispensável para serem idôneos do carisma sacerdotal, pelo qual são chamados a configurar-se com Cristo, cabeça do corpo místico.

 

Formação espiritual: Capacidade para ouvir fielmente a Palavra de Deus

No que concerne às orientações pastorais é necessário interpretar, habitualmente, à luz da fé, situações e exigências da comunidade. Para isso necessita-se: de uma profunda e continuada purificação interior que torne o homem sensível ás exigências da Palavra de Deus; um “sensus fidei”, aprofundado pela Sagrada Escritura, assimilada vitalmente pela oração pessoal, participação na liturgia e pelo estudo sério da mensagem; por um constante confronto com o ensino do magistério da igreja.

Além disso, os sacerdotes são convidados ao celibato. Uma entrega a Cristo e, por Ele à igreja, e constituindo ao mesmo tempo uma forma de caridade pastoral que se confunde com a consagração total, um testemunho escatológico para os homens; é necessário, portanto, que se dê aos seminaristas bases muito solida para garantir seu cumprimento; Uma espiritualidade marcada pelos conselhos evangélicos; Capacidade para uma escolha madura, consciente e livre; maturidade no relacionamento com o outro sexo; realização do sentido da amizade e a capacidade para trabalhar em equipe com seus irmãos sacerdotes.

É colocar-se a serviço do povo como fez O Cristo. O sacerdote, com espírito de humildade e de pobreza, antes de ensinar deve aprender, fazendo-se tudo para todos a fim de levá-los a Cristo. E, como experiência pessoal e amor a Cristo, o sacerdócio é um serviço de entrega total, como resultado de amor pessoal a Ele e ao Pai, pelo Espírito, já que Cristo não quer servos, mas, amigos. Quanto à disciplina deve ser como objeto de uma adesão interior para o seminarista; indispensável para a formação da personalidade do mesmo.

 

Formação Intelectual

 Cuide-se da pureza doutrinal; Insista-se em aprofundar-se de tal modo que se alcance um alto nível intelectual com vistas, sobretudo à sua condição de pastor. Além de uma boa capacitação quanto aos professores, atualizá-los.

 

Formação Pastoral

O clero esteja convenientemente atualizado para que assim possa colaborar eficazmente para a formação dos futuros sacerdotes. A formação sobre pastoral de conjunto, iniciação e assistência às comunidades de base, formação e treinamento da dinâmica de grupos e relações humanas, alem de uma adequada informação para utilizar os meios de comunicação social.

 

Pastoral Vocacional

Toda a comunidade cristã, unificada e guiada pelo bispo é responsável solidamente pelo desenvolvimento vocacional, tanto em seus aspectos cristãos quanto em seus aspectos específicos: vocação sacerdotal, religiosa e leiga. Neste caso, o sacerdote deve ser o mediador mais direto nos chamados de Deus, pelo ideal que deve encarnar na juventude, pois sendo fiel a sua vocação, será mais sensível aos chamados de Deus nos outros.

 

PASTORAL VOCACIONAL – FORMAÇÃO DOS SEMINARISTAS – SEGUNDO CONCLUSÕES DE PUEBLA

De acordo com o documento da conferencia de Puebla vem ocorrendo nos últimos anos um suave crescimento das vocações para o sacerdócio e a vida consagrada, contudo esse aumento é insuficiente em relação à grande demandas peculiares, e do serviço missionário, isso em relação a outras Igrejas mais carentes.

No documento de Puebla Encontra-se alguns dados negativos que aqui procurarei apresentar sobre tudo os mais relevantes: “Desinteresse e indiferença de sacerdotes e religiosos e leigos, pela pastoral vocacional. Desvios doutrinais. Falta de inserção profunda na pastoral vocacional”...

Em contra posição o próprio documento vem nos chamar atenção com essa reflexão: “Não somos todos nós enviados a servir e evangelizar, mediante uma única função. Uns o fazem como ministros hierárquicos, outros como leigos e outros na vida consagrada. Todos juntos, complementando-nos, construindo o Reino de Deus na terra.”(667) Todos em sua vocação especifica deve vive-la de modo integral não dando margem para nem um comentário ou mesmo desvios de conduta. Assim podemos entender que somos todos chamados a sermos participantes na fé do povo de Deus.

Dentre as vocações existentes na igreja surgem novos expoentes que são também assim participantes dessa mesma igreja que é bonita por viver a diversidade na unidade. O Espírito Santo vem suscitando na Igreja e em especial na America Latina, novos ministérios, que em sua maioria são exercidos por leigos, esse acontecimento vem a cada dia rejuvenescendo e fortificando o dinamismo evangelizador da igreja.

De acordo com o documento a escolha de uma vocação não depende unicamente da iniciativa pessoal. É antes de tudo um convite feito na gratuidade da parte de Deus, é também um amadurecimento e vivencia da fé em um ambiente concreto onde esse chamado vai sendo maturado, aonde vão acontecendo as lapidações necessárias para um crescimento autentico, firme e vivido em plena liberdade de escolha.

Assim a pastoral vocacional deve ser esse ambiente que possa proporcionar esse amadurecimento e onde o chamado inicial possa ser cultivado na perseverança e onde se tenha uma comunidade comprometida em sua totalidade neste serviço. A oração deve ser um instrumento propicio para o aumento das vocações, como podemos acompanhar nessa citação do documento: “É Deus quem da eficácia à nossa ação evangelizadora.” Sobretudo a vida de oração, pois, ela é o alicerce de toda construção de evangelização.

O seminário maior, ou casa de formação deve ser um ambiente propicio que é o lugar apropriado e necessário para a formação sacerdotal. Tem-se também um desejo de se ter uma nova metodologia de formação, ou seja, uma formação com aprovação das conferencias episcopais e não uma formação paralela.

É no seminário que acontece um acompanhamento do desenvolvimento da personalidade humana, espiritual e pastoral, isso com uma clareza e entendimentos dos desafios e realidades enfrentados na America latina.  A formação dos futuros presbíteros deve ser deve ter em vista uma firme vida espiritual bem como as atividades pastorais devem ser acompanhadas de perto pelos formadores a luz de fé.

“O seminarista deve adquirir uma firme experiência de Deus, bem como também vivam austeridade, a disciplina, a responsabilidade e o espírito de pobreza, cultivando um clima de autentica vida comunitária. Sejam formados seriamente para o celibato. Desse modo vão sendo cultivadas as renúncias que o futuro padre tem que viver.  

Outra questão a ser abordada pelo documento é a falta de formadores, tanto quanto o apoio aos que desempenhem esse trabalho, ou seja, que contribuem com na formação dos futuros presbíteros. Assim deve-se criar e aperfeiçoar institutos para formadores de seminários em nível latino americano, tanto quanto o aproveitamento dos institutos já existentes na Europa, especialmente os latinos americanos em Roma.

 Este tema é bem vasto e propriamente nos é particular, já que estamos inseridos em um meio formativo de acordo com o que foi relatado, no documento que é bem atual e precisa ser visto e colocado em consonância com os posteriores que apontam a necessidade de uma Igreja que este em continua missão.

PASTORAL VOCACIONAL – FORMAÇÃO DOS SEMINARISTAS – SEGUNDO CONCLUSÕES DE SANTO DOMINGO

No texto oficial da IV Conferencia Geral do Episcopado Latino-Americano, que aconteceu de 12-28 de outubro de 1992 em Santo Domingo, apresenta nos números de 67 à 93 sobre os ministérios ordenados e as vocações ao ministério presbiteral e os seminários.

Então, os ministérios ordenados, devem estar sempre em comunhão para que a Igreja responda ao desígnio Salvífico de Deus no anúncio da palavra, nas celebrações dos Sacramentos e na ação pastoral. Neste sentido, o grande marco da Igreja Católica Apostólica é a “comunhão”. É por meio dela que o ministério ordenado se torna um serviço a humanidade com vistas ao Reino. Sendo que todo ministério conta com a força do Espírito Santo (At 1,8). O grande convite à adesão ao ministério ordenado é que sejam testemunhas de Cristo e instrumentos de vida nova.

                                                                                                           

Sabemos que toda responsabilidade traz seus desafios o que o concílio chama atenção para a dimensão: Comunitária de nosso ministério. Que a Igreja promova e busque com muito esforço a unidade.

  • Colegialidade episcopal, Comunhão presbiteral, Unidade entre os diáconos

Por que é só na busca da unidade que é possível distanciar as divisões e conflitos que já existe em nossa Igreja. Agora com a busca da unidade é possível afastar da vida do ministério ordenado o isolamento, trazido pelo peso do trabalho paroquial e pastoral, devido a escassez de ministros.

Por fim é preciso viver a reconciliação na Igreja” que vem pela comunhão e na busca da unidade, neste percurso se manifesta o amor de Deus que chega a nós as pessoas e também a comunidade.

Neste itinerário surgem as “exigências de uma vida espiritual profunda”. O que vai alimentar a vida e o ministério do sacerdote, como mistério inefável de Deus, uma existência sacerdotal que nasce do amor do Pai, da graça de Jesus Cristo e da ação santificadora do Espírito santo.

Por isso, é de extrema importância a “formação permanente”, o que vai possibilitar um caminho de conversão e meio para manter a fidelidade. Uma nova formação exigirá criar alicerces concretos tanto na ação pastoral como no seu ministério. Então, dai brotará uma “aproximação maior com nossas comunidades”, por que estará revestido da presença do Bom Pastor, isso faz com que o povo reconheça como servo do senhor. O que permitira diálogo em situações de dor e ignorância de pobreza e marginalidade, na perspectiva de encontrar soluções para o problema.

 

As vocações ao ministério presbiteral e os seminários

A pastoral vocacional é uma prioridade para o aumento das vocações, e no crescimento do interesse pela pastoral que apresenta aos jovens, com clareza, a possibilidade do chamado do Senhor.

Porém os jovens chamados não podem fugir das mudanças familiares, culturais, econômicas e sociais. A desintegração familiar pode impedir uma experiência de amor que prepare para a entrega generosa de toda a vida. O contagio de uma sociedade permissiva e consumista não favorece uma vida de austeridade, doação e sacrifício. Pode acontecer que a motivação evangélica resulte, sem querer o candidato, viciada em razões não evangélicas.

Em muitos casos o meio social do qual provem os candidatos, os marca com modos de vida muito secularizados. Chegam com deficiências na formação humana, intelectual e cristã.

É verdade também, que a situação de empobrecimento e injustiça ajuda a despertar nos jovens sentimentos de solidariedade, fraternidade e desejos de comprometer-se com causas nobres e evangélicas.

É de muita importância a pastoral vocacional, porque vai apoiar o compromisso dos leigos na promoção vocacional; ela deve estar vinculada na pastoral familiar e da juventude; sua fundamentação esta ligada a Oração, na freqüência aos sacramentos da Eucaristia e da penitência, na catequese da confirmação, na devoção mariana, a direção espiritual. Sua característica é estimular e motivar toda vocação presente em nossa Igreja.

Os seminários devem ser sinal de alegria e de esperança, porque está surgindo em nosso continente um numeroso aumento de aluno neles. Por isso, deve ter um espaço favorável para a espiritualidade, servindo na formação pastoral do futuro presbítero. São bem visíveis as dificuldades da equipe de formadores devido às necessidades de cada seminário. Foi proposto; aderir completamente a exortação Pós-Sinodal “Pastores Dabo Vobes”, a partir de então socializar normas básicas para formação sacerdotal. Antes de cada inauguração de um seminário era necessário fazer o Curso de formadores oferecido pelo CELAM, pra que correspondesse às exigências da nova evangelização.

 

PASTORAL VOCACIONAL – FORMAÇÃO DOS SEMINARISTAS – SEGUNDO APARECIDA

O documento de Aparecida inicia as considerações voltadas para a pastoral vocacional, destacando sua importância e particularidade com relação à formação dos discípulos missionários de cristo, compreendendo aqui a vocação especifica dos chamados a vida sacerdotal e religiosa. A pastoral vocacional nasce no ceio da família e depois fica sobe os cuidados de toda a sociedade Cristã, ou seja, de todo o povo de Deus. Tem como destinatários, as crianças e especificamente os jovens, ajudando-os a descobrir em suas vidas o projeto de Deus (314).

Como diz o documento “a Pastoral Vocacional é fruto de uma solida pastoral de conjunto, nas famílias, na paróquia, nas escolas católicas e nas demais instituições eclesiais” (314), ou seja, o desenvolvimento das vocações é de responsabilidades de todos os que compõem a sociedade cristã, seja na família, nas escolas ou em qualquer outro meio eclesial. Todos nós somos convidados a entrar em oração ao Senhor da messe para que envie mais operários, principalmente no contexto em que vivemos; uma sociedade secularizada que tem como centro o consumismo e o prazer.

O documento vem fazer um apelo aos jovens da America Latina e Caribe, levando em consideração a escassez de pessoas que respondam à vocação sacerdotal e à vida consagrada, para que possam pensar num possível chamado de Deus ao sacerdócio ou a vida consagrada. Levando em consideração toda a problemática da sociedade, deve-se ter uma atenção muito especial à Pastoral Vocacional, cultivando os ambientes onde ela nasce tendo a certeza que o Senhor continua chamando discípulos a ficar com ele e depois serem enviados a anunciar o reino de Deus (315).

Não podemos deixar de destacar aqui a importância dos seminários e das casas de formação na vida dos escolhidos ao sacerdócio ou a vida consagrada. Este período de formação é uma etapa onde os “futuros presbíteros” compartilham a vida, a exemplo da comunidade apostólica ao redor do Cristo ressuscitado: “oram juntos, celebram a mesma liturgia que culmina na Eucaristia, a partir da palavra de Deus recebem os ensinamentos que vão iluminando sua mente e modelando seu coração para o exercício da caridade fraterna e da justiça” (316). Neste mesmo período, os seminaristas prestam serviços pastorais, o que contribui para que desde cedo tenham a devida experiência pastoral, tendo como maior mestre o próprio Cristo Bom Pastor; isso possibilitará um grande envolvimento como a própria vida, a qual deseja para si.

Destaca-se também neste período a importância dos formadores no amadurecimento da vocação destes jovens, pois o testemunho e a formação dos formadores são decisivos para o amadurecimento afetivo (para que abracem o celibato), comunitário (para que possam viver em comunhão com os outros irmãos no sacerdócio). O documento destaca que neste sentido “os cursos de formadores que se têm implantado são meio eficaz de ajuda à sua missão” (317).

Na escolha dos candidatos ao sacerdócio, faz-se necessário ter alguns critérios para que no meio do caminho não se descubra certos comportamentos que poderiam ter sido evitados. Isso se deve ao fato de que “os jovens são vitimas da influencia negativa da sociedade pós-moderna, que traz consigo a fragmentação da personalidade, a incapacidade de assumir compromissos definitivos... (318)”. Por isso antes do ingresso no seminário, é necessário que o formador e o responsável pela Pastoral Vocacional façam uma esmerada seleção dos candidatos e que levem em conta vários critérios como: equilíbrio psicológico, personalidade sadia, motivação genuína de amor a Cristo, à Igreja e capacidade intelectual.

É fundamental que o seminário possua um ambiente que leve o seminarista a desenvolver as capacidades mencionadas acima e ofereça um verdadeiro processo integral: humano, espiritual, intelectual, e pastoral centrado em Jesus Cristo Bom Pastor. É muito importante também que haja no seminário um clima de sã liberdade e de responsabilidade pessoal evitando criar ambientes artificiais ou itinerários impostos, isso contribuirá par que o candidato ao sacerdócio possa escolher livremente e consciente este caminho.

Os jovens provenientes de famílias pobres ou de origem indígena devem ser acompanhados de forma mais especifica, ou seja, inculturada para que tenham condições de evangelizar dentro de seus específicos contextos sem perder suas raízes. O Documento de Aparecida conclui o discurso sobre a Pastoral Vocacional afirmando que a formação, seja ela no período do seminário, seja no exercício do ministério irá acompanhar o presbítero até o fim de sua vida, perpassando todas as etapas da mesma, só terminando com sua morte (326).

Joelson Gomes

Estudante de Teologia